segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A DOENÇA

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Hoje me sentei de frente ao computador, e resolvi contar o que aconteceu comigo nesses quatro últimos anos.
Tudo começou no ano de 2004...
Neste ano eu estava muito feliz, pois tinha dois empregos e parecia que depois de tantos anos as coisas finalmente estavam dando certo para mim; comprei a casa dos meus sonhos, e tinha planos de comprar um carro em breve, mas como os nossos planos não são os planos de Deus, e quando agente pensa que felicidade é ter uma vida econômica estável, alguma coisa acontece para que saibamos que Deus é que tem que ser a prioridade nas nossas vidas (Buscai primeiro o Reino de Deus e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Mt 6.33), e foi então que tudo começou.
Lembro-me que estava voltando da escola em que trabalhava, quando um rapaz por nome de Nado, vizinho a mim, disse-me que eu estava muito magro, suas palavras serviram-me como um alerta, pois eu já estava me sentido realmente muito estranho, vivia com um cansaço extremo às vezes sem ter feito nada, foi então que comecei a perceber que estava urinando em excesso e perdendo peso rápido, as pernas doíam muito principalmente na panturrilha.
Achando que fosse falta de atividade física, inscrevi-me numa academia junto com meu amigos Nau e Dinho, mais o esforço que eu fazia parecia acelerar os sintomas, minha mãe achando que fosse fraqueza aconselhou-me a tomar umas vitaminas ejetáveis, e por algum tempo fique tomando injeções as quais eram aplicadas pelo Nau, que é enfermeiro. Mas não adiantou nada, eu piorava gradativamente.
Foi no mês de maio, mês das férias, que procurei um médico, para saber o que estava acontecendo. Nessa época eu já estava andando com dificuldade, tanto que Gil, minha esposa, é que me levou para a consulta. A médica Drª. Roseane, examenou-me e, meio sem jeito pediu para que eu fizesse um exame de sangue para HIV (Aids), eu prontamente aceitei, pois messes antes eu tinha doado sangue o qual detectou o vírus da Hepatite B e isso me dava à certeza que Aids eu não tinha.
Com o resultado do exame sendo negativo a médica me aconselhou a procurar um neurologista, pois ela não conseguiu detectar qual a doença que eu tinha. Os dias foram se passando e fui piorando, as dores nas pernas eram terríveis! Minha mãe pediu para que eu passasse um tempo na casa dela, pois assim podia cuidar de mim melhor. Fui então ao neurologista na Santa Casa de Maceió, este por sua vez ao me examinar disse que eu teria que fazer uma Pulsão ou seja, retirar o liquido da coluna, este exame foi muito caro, mas felizmente nós tínhamos umas economias guardadas e podemos pagar. O resultado saiu logo e não foi descoberto nada.
Já sem esperança na medicina, fui em busca de outros métodos para a cura da doença, viajei para a terra natal da Gil, Girau do Ponciano (próximo a Arapiraca), que segundo a minha sogra lá existia uma rezadeira que curava muita gente. A tal senhora rezou por mim, e me disse que eu teria que voltar pra lá durante sete sextas-feiras para fechar a cura. Não voltei mais lá. Conforme os dias iam passando eu piorava cada vez mais, afastei-me do trabalho, fui a outro neurologista onde o mesmo não deu a importância que a doença requeria, pelo contrario, ele chegou a dizer pra minha mãe que eu estava “valorizando” a doença, e sem nenhum exame aprofundado diagnosticou como sendo síndrome de Guilhan Barret, uma doença degenerativa onde eu iria ficar sem os movimentos do pescoço pra baixo, não me dando esperança nenhuma de cura.

Continua...