sábado, 17 de janeiro de 2009

DE VOLTA A UTI

pg. 07

No dia 25 nada de tão importante aconteceu, devido a medicação eu passei o dia todo dormindo, mais a Gil me contou que na noite anterior ela tomou um baita susto e viu a realidade de estar na UTI de um hospital, um paciente faleceu ali perto, diante de seus olhos, mas nada disso nos abalava, pelo contrario, dava mais força para continuar-mos lutando, eu pela vida e ela por mim.
Passou-se o fim de semana e na segunda feira, fui transferido para o quarto, recebi visitas de varias pessoas, amigos preocupados comigo. Realmente quase que eu tinha ido, mas não foi daquela vez. O problema da respiração fraca continuava,e com o começo de pneumonia, o pulmão estava bastante comprometido. Foi solicitada a visita de um pneumologista para avaliar o meu caso; recordo-me que era noite de domingo quando ele veio me ver. Esse médico me fez perguntas, sem sequer chegar perto de mim; deixava transparecer que estava com medo de infecção ou coisa parecida. Disse-me que eu teria que fazer um exame chamado Broncoscopia, tentou me explicar o que seria isso; dizendo que iria introduzir um pequeno tubo em meu nariz, até o pulmão; lá chegando retiraria um fragmento ( pedaço) do pulmão para analise. Após esta explicação foi embora, e eu fiquei no quarto pensando “O que está faltando agora?”.
No dia seguinte ás cinco horas da manhã, entra no quarto o mesmo negão de sempre com a mesma pergunta “Senhor Edson?” “exame de sangue”. Surpreso com a sua chegada eu perguntei o porquê daquele exame e quem solicitara. Ele me respondeu que quem solicitou foi o pneumologista e que o exame era pra HIV. Isso me deixou irritado, pois ele não procurou saber o que eu tinha direito e já tinha tomado as suas próprias conclusões. Disse então que não ria fazer o exame e podia dizer ao tal médico que se eu tinha Aids, eu tinha pegado com a mãe dele; pois já tinha feito este exame varias vezes e nada foi constatado.O rapaz foi embora sem dizer nada, apenas balançou a cabeça de forma afirmativa.
Poucas horas depois vieram me buscar para fazer a tal Broncoscopia; ainda chateado com a atitude do médico disse que não iria fazer. A enfermeira chefe conversou comigo tentando me convencer a fazer o exame pois era pro meu bem, depois de muita insistência acabei cedendo e segui para a sala do exame.
Chegando a sala do exame notei que tudo era improvisado, e que não era o tal médico que iria fazer o exame, e sim sua esposa, que também era médica. Feito os procedimentos, ela introduziu um tubo na espessura de uma caneta em meu nariz, que consistia em levar uma microcamera até o meu pulmão. Até aí tudo bem, de repente ela retirou o tubo e resolveu colocar de novo; só que minhas narinas estavam obstruídas devido a pomada anestésica que ala tinha posto minutos antes, e ao tentar refazer todo o procedimento comecei a passar mal, e tive outra parada cardio-respiratória. Fui novamente levado a uti, mas dessa vez me recuperei rápido.
Muitas outras coisas aconteceram desde então, mas não esqueço os momentos terríveis que passei na uti; era como se cada vez que entrava e saia de lá , estava apenas adiando o inevitável. Mas duma coisa eu tinha certeza parecia que eu voltava com mais vontade de viver.