terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A CONVERSÃO

pg.08

Após o diagnostico, o meu médico me indicou fazer um tratamento a base de radioterapia, para combater o tumor que se encontrava no osso do ilíaco direito. Antes disso eu ainda teria que ficar mais uns quinze dias interno, para me recuperar, pois a radioterapia é muito forte e eu iria sofrer muito com o tratamento.
Os dias se passaram e nada mudou, continuei do mesmo jeito. Até que tiveram que me dá alta assim mesmo, pois já fizera quarenta e dois dias que me encontrava no hospital, e meu caso já não poderia ser tratado lá. Voltei para casa.
Como foi bom sair daquele hospital, eu sabia que fora dele eu teria mais chances de piorar; mas era uma sensação maravilhosa ver a rua, o céu, os carros nas avenidas, pessoas apressadas indo de um lado pro outro. Ao chegar à casa muitas pessoas vieram me visitar; inclusive algumas pessoas da igreja quiseram rezar o terço. Durante as orações notei que a Gil estava apreensiva, e com um gesto perguntei o que estava acontecendo, ela balbuciando disse que o problema era com o Gustavo, que se encontrava com uma febre muito alta, esperei que as pessoas fossem embora e fui até a cama, e com a mão sobre sua cabeça fiz uma oração exigindo que aquela febre fosse embora no nome de Jesus. E logo a febre cessou as pessoas da família que presenciaram este fato, disseram que era apenas uma febre emocional, e que ao chegar perto dele a febre passou. Pode até ter sido uma febre emocional, mais eu creio que ela foi embora porque pronunciei o nome de Jesus. Afinal eu aprendi que o nome de Jesus tem poder, e foi crendo nisso que falei seu Nome.
No outro dia estávamos na Santa Casa de Maceió para começar-mos a radioterapia; eu digo começar-mos porque onde eu estava a Gil também estava e parecia que éramos um só, sofrendo tudo aquilo.
Entrei na sala e vi aquela imensa maquina onde me puseram, parecia que estava entrando numa nave espacial. Começou a seção de radioterapia, e não senti nada de anormal. Pensei comigo ”será que isso vai servi pra alguma coisa?”.Terminada a cessão, teríamos que ir três vezes por semana para continuar o tratamento. No dia seguinte comecei a sentir náuseas e ânsia de vomito. Diseram-me que era o efeito da radio; e que não me preocupa se. Quanto mais o tempo passava, mais eu piorava, por conta da situação que eu me encontrava ficava o dia todo na cama, comecei então a ler a Bíblia e assistir programas evangélicos na tv. Foi nessa época que começaram a freqüentar a minha casa, evangélicos de varias denominações, pediam para orar por mim e eu aceitava e os recebiam no meu quarto, pois já não conseguia sair da cama pra cadeira de rodas com tanta freqüência.
Numa dessas visitas entrou um grupo de uma igreja do bairro e conversaram bastante comigo, achei aquelas pessoas bastante sinceras, e mais, não notei no semblante deles um ar de pena para comigo como os outros faziam, Eles estavam ali de forma diferente, era como se tivessem convicção da minha melhora. Noutro dia um senhor que morava vizinho a nossa casa pediu pra falar comigo, mandei que o deixassem entrar, ele também era evangélico e queria orar por mim, eu prontamente aceitei. Ao termino da oração ele me perguntou se eu gostaria de aceitar Jesus como meu único e suficiente Salvador.
Durante a minha vida cristão-católica eu achava aquela pergunta um tanto pretensiosa. Achava que os crentes faziam esta pergunta para diminuir a religião católica. Mas naquele instante algo se tornou diferente, aquela pergunta entrou pelos meus ouvidos e foi parar no meu coração, a palavra único, tinha um significado sublime. Então entendi que não existe outro nome a quem eu deveria me submeter a não ser ao de Jesus. Respodi aquela pergunta com um sonoro SIM.
No dia seguinte minha mãe veio me visitar, sentou-se a beira de minha cama, conversamos um bocado, então resolvi dizer-lhe o que aconteceu; e meio que enrolando pedi que ela leva-se o quadro que se encontrava na parede da sala para casa dela. Ela então perguntou: O quadro de N.S. de Fátima? Eu respondi: sim ele mesmo. Nesse momento vi seu semblante mudar, era uma decepção muito grande pra ela, afinal, éramos orgulhosos de nossa religião, e não admitíamos que estávamos errados. De repente ela levantou-se e disse que não iria levar o quadro, e que eu estava fazendo isto porque estava doente. Procurei então não discutir e fiquei calado, mas ela sabia que eu estava decido e não iria mudar minha decisão.
Os fatos que se seguiram me deixaram muito triste as pessoas que eram próximas de mim afastaram-se, mesmo sabendo que eu me encontrava bastante doente e precisando delas. Parecia que elas admitiam qualquer coisa, menos que eu mudasse de religião. Isso era estranho para mim, pois eu não deixei de ser cristão e sim estava procurando ter um conhecimento maior de Jesus. Pois eu lia a Bíblia, e nela está escrito em João 14.6 “Eu sou o caminho a verdade, e a vida. Ninguém vem ao pai senão por mim.” Estas palavras e muitas outras, contradiziam com o que era pregado pelo padre na igreja e isto me deixava confuso. O Senhor Jesus estava sendo muito claro quando disse estas palavras; e esse foi um dos motivos que eu resolvi segui-lo. Claro que a doença fez com que eu me aproximasse mais dele, e hoje eu até agradeço a Deus por isso. Mas com certeza esse não foi o maior motivo. Eu creio que quando eu lia a Bíblia e comparava o que era dito pelo padre, ali já estava havendo uma mudança em minha vida.
Resolvi então procurar uma igreja evangélica a qual eu pudesse congregar, e lembrei daquele grupo que viera me visitar a alguns dias, decidi fazer uma visita à igreja deles. No domingo pedi que a Gil me arrumasse para irmos a Igreja Batista Betânia. Seguimos então eu, ela e o Gustavo, e ao entrarmos na igreja fomos recebidos com muito carinho pelos membros, e todos nos saudavam com “Graça e a Paz”. Senti-me tão bem naquele ambiente que decidi que era ali que eu ira congregar. Íamos esporadicamente a igreja, pois eu estava sempre debilitado e sem condições físicas de estar presente aos cultos.



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