terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O NATAL

pg. 06

Era dia 24 de Dezembro, véspera de natal, e enfermeiros e médicos estavam preparando-se para a ceia ali mesmo, virei o rosto de lado para não ver a felicidade deles e acabei vendo uma poltrona larga e confortável ao meu lado... foi quando subitamente tive uma ideia chamei o médico plantonista Dr. Léo e disse-lhe nestas palavras: Doutor? O senhor já teve alguém que lhe amasse muito, mais muito mesmo? Uma pessoa que fosse capaz de tudo por você? Ele parou, pensou por um instante e respondeu: acho que não. Então continuei: Eu tenho... a minha esposa. Queria pedir-lhe que deixasse ela passar essa noite aqui, naquela poltrona. Ele então me falou: eu até poderia, mais ela não está aí, ela foi embora. Fiz um novo pedido: o senhor poderia me emprestar o seu celular para falar com ela? Ele prontamente atendeu.
Então ligamos pra Gil, o doutor segurando o celular para que eu falasse:
- Alô, nêga?
-Quem está falando? Disse ela.
-Sou eu. Respondi
- Edson! é você mesmo! Você saiu da UTI?
- Não, continuo aqui; é que liguei pra te dizer que se você quisesse poderia ficar aqui comigo o médico deixou.
-Ah! Então eu vou praí, e é agora!
- Não, não precisa, amanhã agente se vê.
- Chego já. E desligou o telefone.
Parece incrível que depois de tanto tempo ainda me lembro desse dialogo, mais foi exatamente assim. Meia hora depois ela estava ao meu lado. O Dr. Léo olhou fixamente para mim e disse: É verdade, Ela te ama mesmo!
Passamos a noite conversando, ela mais do que eu claro. Falou-me de muitas coisas, mais eu não prestava atenção, só pensava que Deus tinha me abençoado por ter uma mulher tão maravilhosa do meu lado e ao mesmo tempo agradecia muito a Ele por isso. Algumas horas depois ela cansou e adormeceu naquela poltrona. E olhando pra ela pensei “esse é o melhor natal da minha vida”.


Continua...